Nos arredores do oeste da Bahia - área
pertencente à região produtiva MATOPIBA - surge a suspeita de uma nova
variedade da lagarta helicoverpa
imagem retirada da internet |
soja, milho e algodão. O maior potencial de perdas está nas lavouras de
milho no Mato Grosso, que podem chegar a 90% da área plantada. Porém, a
burocracia continua sendo o grande entrave no processo de controle e
prevenção.
Entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina o coordenador do
laboratório de manejo de pragas da Universidade de Santa Maria, Jerson Carús
Guedes, detectou a presença da Melanagromyza sp., também conhecida como
Mosca-da-haste da soja. Trata-se de uma doença importante na Austrália, já
disseminada na Ásia, que gera perdas de até 30% na produção de grãos.
"Talvez ela esteja presente no Paraguai e na Argentina", afirma o
especialista sobre as possíveis portas de entrada do problema. Para ele, a
praga possui estreita relação com o cultivo de soja na safrinha, durante o
outono. Uma alternativa imediata para contenção é o tratamento de sementes.
Helicoverpa
Nos arredores do oeste da Bahia - área pertencente à região produtiva
Matopiba - surge a suspeita de uma nova variedade da lagarta helicoverpa.
Identificada no Ceará, a helicoverpa punctigera é tão agressiva quanto
sua "prima" armigera. Estimativas da representante da Agência de
Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Suely Xavier de Brito Silva, apontam para
uma perda potencial de até 16 sacas por hectare de soja, 54 sacas na cultura do
milho e até 76 sacas no algodão. A nova lagarta deve se disseminar em lavouras
cearenses da agricultura familiar e cultivos de hortifrúti.
A terceira espécie apresentada, já conhecida por muitos cotonicultores,
é a Amaranthus palmeri, principal praga do algodão e soja nos Estados Unidos,
identificada pela primeira vez no Brasil no estado do Mato Grosso. A falta de
controle pode causar prejuízos de até 91% na cultura do milho, 79% na soja e
77% no algodão, segundo bibliografia norte-americana. "A doença tem fácil
desenvolvimento em regiões de alta temperatura e culturas de menor profundidade
- como as commodities agrícolas. Todas essas condições se encontram no Mato
Grosso, o que possibilita a permanência da praga o ano todo", explica o
engenheiro agrônomo do Instituto Mato-grossense do Algodão (Ima), Edson Araújo.
Controle
O presidente da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo
Daher, destaca que o processo de regulamentação de novas moléculas não leva
menos que sete anos para acontecer. "A burocracia é mais perversa do que a
praga", enfatiza. Agora, a recomendação dada ao setor é realizar as medidas
preventivas básicas, com a rotação de culturas, e encontrar o melhor tipo de
controle junto a especialistas.
Fonte: Andef via o presente rural
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